MiniBrasil

Este blog destina-se a publicar minha experiência na construção do assim denominado MiniBrasil, um clone do sintetizador musical Minimoog. Não há qualquer cunho comercial, muito menos responsabilidades implícitas ou explícitas de minha parte sobre os resultados que quem quer que seja obtenha ao seguir os passos aqui descritos. No mais, obrigado por estar aqui.




terça-feira, 29 de junho de 2010

Enfim, algum som...

Olá
Este post tem a honra de apresentar os primeiros sons públicos do MiniBrasil, o clone do Minimoog à brasileira...
É apenas um mal executado trecho de uma obra magnífica do rock sinfônico, criado por Rick Wakeman (Viagem ao Centro da Terra), apenas como um aperitivo dos sons que este instrumento poderá gerar em breve.



Prometo que editarei melhores aparições do MiniBrasil. Esta foi só para matar a minha ansiedade... rsrsrs
Até a próxima...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Left Hand Controller

Como o título deste post indica, estou montando agora o "controlador da mão esquerda", que integra as duas rodas de controle (do nível de modulação - MOD, e da frequência dos osciladores - PITCH), a chave de habilitação do Glide e seu respectivo jack de controle externo, e a chave de habilitação do delay dos geradores de envelope e seu respectivo jack de controle externo. Eis abaixo uma foto do módulo que estou montando.


Utilizei um pedaço de chapa de aluminio de 1,5mm de espessura (o mesmo do painel) com 8cmm por 14cm. Dobrei as bordas laterais de forma arredondada, para que o módulo ficasse com 6,5cm de largura, espaço deixado pelo teclado ao retirar as 5 teclas do teclado de 49 (descrito em post passado). Fiz em seguida os dois rasgos para receber as rodas de controle, e os furos para os jacks e as chaves.
As rodas foram feitas de policarbonato. O nome é pomposo, mas retirei este material de uma tábua de carne!!! É, uma tábua de carne destas brancas, com espessura ideal para a aplicação (aproximadamente 7mm). Fiz a roda com uma serra-copode +- 8cm de diâmetro e dei o acabamento com uma lixa fina.
Para o mecanismo da PITCH WHEEL criei um suporte em "L" para a roda com pino na parte de baixo do módulo, fixando a este pino e à parte baixa da roda uma mola, conforme pode ser visto na figura a seguir
.

Repare que a roda é fixada no eixo do potenciômetro (que está fixado no suporte em "L").
Como a MOD WHEEL não precisa de retenção em meio curso do potenciômetro (ela não precisa voltar à posição central), um suporte em "L" ~e o suficiente para apenas fixar a roda ao potenciômetro e este ao suporte.
Ainda não fiz as conexões elétricas. Quando ficar pronto posto aqui como ficou, em imagem e som.
Até a próxima...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O Teclado (2)

Olá
Mostrei no post anterior a parte mecânica do teclado.
O circuito que decodifica as teclas é mostrado abaixo. O leiaute do circuito impesso está a seguir. Repare os dois conectores de 12 pinos (na verdade o J1 tem apenas 11), que trazem os sinais do teclado. São estas linhas que são verificadas pelo microcontrolador. O algoritmo é o básico: ativa-se cada linha e, para cada linha verifica-se se alguma coluna está ativada. A combinação linha-coluna ativada indica uma tecla (e qual é ela) ativada.





Este módulo não é só o decodificador de teclado, mas acumula também as funções do VCDO1 (Voltage Controlled Digital Oscilator), integralmente desenvolvido por mim para o MiniBrasil. O seu software, além de gerar os tons relativos a cada tecla, gera o sinal de Gate para os Geradores de Envelope, monitora o POT de Glide e gera o portamento entre as notas, monitora a tensão de modulação e processa os tons convenientemente, monitora o POT de Tune e gera a variação de semiton correspondente, além de outras tarefas internas de serviço (como transmitir o código da nota e o valor do Glide para os outros VCDOs).
Digamos que este circuito é o coração do MiniBrasil, que faz o sintetizador funcionar...
Até a próxima...

quarta-feira, 9 de junho de 2010

O Teclado

Olá
Como já comentei em outro post, consegui um teclado PSR520, da YAMAHA, todo ferrado mas com o teclado em si perfeito. Depois de retirado de seu gabinete comecei a investigar como poderia decodificar suas teclas para utilizar no MiniBrasil. Comecei por analisar as trilhas do circuito impresso que existe embaixo das teclas e verifiquei que este teclado é constituído de grupos de 6 teclas. Como ele é um teclado de 61 teclas (5 oitavas), existem 11 grupos de 6 teclas cada (o grupo mais "grave" do teclado tem apenas uma tecla).

Verifiquei também que as trilhas se reuniam em dois conectores que, conforme minha suspeita, compunham uma matriz de contatos para codificação do teclado. Fiz algumas medições e conectei um circuito microcontrolado aos conectores (fotos abaixo). Desenvolvi um programa para identificar cada tecla e, após algumas novas medições e correções, consegui gerar um código para cada tecla pressionada: estava então decodificado o teclado da YAMAHA!


Depois de codificado, cortei o teclado para caber no Minimoog, que utiliza 44 teclas (3 1/2 oitavas). O espaço da outra 1/2 oitava (5 teclas) é utilizado para o Módulo de Controle da Mão Esquerda, onde ficam as rodas de modulação e pitch (Mod Wheel e Pitch Wheel), sobre a qual falarei oportunamente.
As fotos abaixo mostram o trabalho de corte do teclado e o resultado final
.

O mesmo circuito que decodifica o teclado faz o papel de VCDO (oscilador). Mais nos próximos posts.
Até lá...

O Gerador de Ruídos

Este módulo do meu MiniBrasil tem história: já há muitos e muitos anos eu tenho a vontade de construir um sintetizador. A história começa em 1983 quando comprei um livro chamado "Nueva Generacion de Instrumentos Musicales Electronicos", de uma editora espanhola. Aliás o livro é uma excelente referência para quem quiser se aprofundar na física do som. Este livro contém toda a teoria da geração do som e suas características e mostra os circuitos para gerar e tratar cada uma destas características. O melhor: ele tem um capítulo só com circuitos práticos para cada módulo de um sintetizador analógico, como VCOs, VCAs, VCFs, ADSRs, Geradores de Envoltória, Geradores de Ruído, Ring Modulators, equalizadores, etc, etc, etc.
Já nesta época me dispus a construir um sintetizador. Comecei pela fonte de alimentação (que era de +-15V e não +-12V e +5V como estou utilizando agora) e pelo Gerador de Ruídos. Depois destes dois módulos parei por contingências diversas. A fonte foi aproveitada em outros projetos e a plaquinha do Gerador de Ruídos ficou esquecida em uma caixa da oficina...
Pois bem, com o meu novo impeto (quase 30 anos depois!!!) para a construção de um sintetizador analógico, vasculhei minhas caixas e... lá estava a plaquinha me aguardando pacientemente para ser aproveitada e brilhar em um "Minimoog cover"!!! Passados quase 30 anos tive dúvidas se o circuito ainda funcionaria a contento. Alimentei o gerador e pluguei-o em um amplificador...  "shshshshshshshshshshshsh", este foi o som que escutei, exatamente o que deveria escutar !!! Funcionava perfeitamente. O circuito, tirado do livro que comentei acima funciona perfeitamente em +-12V, com saídas de ruído branco, ruído rosa e ruído marrom (ou tensão aleatória). Para quem não sabe, estes ruídos são ótimos para sintetização de ruídos naturais, como vento, ondas, chuva, etc.
Reproduzo abaixo o circuiro do Gerador de Ruídos, extraído do livro mencionado. O leiaute do circuito impresso não tenho mais, mas a foto da placa está a seguir.




Em breve postarei aqui algumas amostras de sons gerados pelo MiniBrasil, inclusive sons gerados por este módulo de ruídos.

Até a próxima

domingo, 6 de junho de 2010

O Painel

Olá
Vou mostrar neste post como fiz o painel do MiniBrasil. Como já comentei, tive de comprar uma placa inteira de alumínio 1,5mm de espessura, pois na minha cidade não consegui quem me forcecesse um pedaço. Foi até bom, pois agora tenho material suficiente para construir gabinetes para amplificadores e pedais que pretendo construir...
Para as dimensões do painel peguei a referência das dimensões do teclado que consegui. O teclado era de 5 oitavas, mas considerei as 4 oitavas para medir a largura total (interna, sem contar a largura da madeira lateral do gabinete) do instrumento, o que resultou em aproximadamente 66cm. Adicionei mais 1cm de cada lado para a dobra para trás que o painel tem, o que resultou em uma largura de 68cm. Para a altura, defini em 21cm, pois tinha já definido em 18cm o comprimento das placas de circuito impresso dos módulos que já vinha construindo, com mais 1,5cm em cima e em baixo como folga. Depois vi que esta dimansão das placas (18cm) foi uma decisão errada, pois o painel ficou mais "alto" do que deveria. O ideal é que ele tivesse 18cm no total, pois é esta a medida da altura para que proporcionalmente a máscara do painel (abaixo) fique com os 66cm de largura. Esta máscara pode ser baixada facilmente da Internet.



De posse das dimensões, cortei e dobrei a chapa, o que resultou no que se vê abaixo. Repare a dobradiça comprida (chamada aqui de dobradiça de piano), com a qual o painel será afixado no gabinete.




Com a máscara do painel fixada na chapa, marquei a posição dos furos. Tirei a máscara e fiz os furos com uma furadeira, respeitando o diàmetro dos furos para as chaves e os potenciômetros.
Adicionei o sobre-painel, aquela "faixa" de madeira  acima, com uma peça de madeira com um rasgo em seu comprimento (figura abaixo).


Acoplado ao gabinete, o painel fica assim...




Mandei imprimir em adesivo autocolante (nessas firmas de impressão digital) o painel e fixei o adesivo em curvin (aquele tecido para encapar caixas de som) preto. Então colei o curvin (com o adesivo fixado) na chapa de alumínio. A foto abaixo mostra como ficou (já com o gabinete envernizado).



Até a próxima...